Anorexia Nervosa em Homens


ANOREXIA NERVOSA EM HOMENS
(Outra verdade que se cala)


Anorexia em homens?

É sim, eles também estão sofrendo com isso hoje em dia, esse assunto deixou de ser de mulheres e passou para os homens. Eles na preocupação em busca do corpo perfeito acabam sendo vítimas da própria beleza e á quem diz que homens não precisam ser magros, mas infelizmente tem muitos que sofrem com esse problema hoje até por motivos emocionais ou por se espelharem em modelos. Hoje se vcs repararem verão que os modelos largaram aquele padrão “musculoso e forte” e cada vez estão mais magros, sem barriga.

È pessoal, abaixo está uma matéria sobre esse assunto e tem também 3 entrevistas com pacientes internados na época por anorexia.




Abaixo segue a íntegra da matéria:

Em 2 meses, tratamento específico para homens já tem 16 pacientes, 6 deles internados. Psiquiatras e psicólogos também apontam aumento na procura de meninos em consultórios; fenômeno ainda é uma incógnita.

Tradicionalmente associada ao universo feminino, a anorexia tem atingido cada vez mais homens. Hoje, eles ocupam 60% dos leitos da enfermaria do Ambulim (Ambulatório de Bulimia e Transtornos Alimentares) do Hospital das Clínicas de São Paulo, o primeiro do país a ter um grupo específico para tratar anoréxicos.


Em dois meses de funcionamento, o grupo conta com 16 jovens com idade média de 18 anos em tratamento, seis deles internados porque corriam o risco de morte.


Eles ocupam seis dos dez leitos do Ambulim, onde antes só havia meninas. Em 15 anos de existência, o ambulatório só havia tido cinco casos de anorexia masculina.

O fenômeno ainda é uma incógnita, não está restrito ao HC e está sendo objeto de pesquisas em vários países. Especialistas em transtornos alimentares também têm registrado aumento na procura de meninos em seus consultórios.


Entre os jovens internados no HC, há casos dramáticos. Aos 18 anos, 1m75 de altura, um deles chegou ao hospital com 43 kg, um IMC (Índice de Massa Corpórea) de 14 -o esperado é acima de 19. Antes da internação, só chupava gelo. Outro tem histórico parecido: só comia duas folhas de alface por dia.


Segundo os especialistas, não há diferença entre a anorexia feminina e a masculina: em ambos os sexos, começam uma dieta por se acharem gordos e daí não param de perder peso. Quando comem, para aliviar a culpa, provocam o vômito.

Nos homens, a perda excessiva de peso causa queda dos níveis de testosterona, perda da libido e atrofia dos testículos. Também pode levar a um grau extremo da desnutrição, em que o índice de mortalidade chega a 15% dos casos.


Foi o medo da morte que levou o baiano Alex a procurar ajuda no HC. Ele desenvolveu anorexia há 11 anos, quando era adolescente. "Cheguei a pesar 39 kg e ainda me sentia gordo."


Para o psicólogo Raphael Cangelli Filho, coordenador do grupo de meninos no Ambulim, o diagnóstico da anorexia em homens tende a ser ainda mais difícil em razão da escassez de trabalhos científicos e do preconceito em torno do tema.
"Historicamente, os transtornos alimentares estão associados ao feminino. Muitos profissionais da saúde não estão familiarizados com o tema e familiares tendem a achar que a recusa em comer é frescura."


O psiquiatra Táki Cordás, coordenador do Ambulim, avalia que o aumento da anorexia entre meninos se deve, principalmente, ao fato de os homens estarem mais pressionados pela ditadura da beleza. "As grifes internacionais estão começando a colocar não mais rapazes musculosos para desfilar, mas aqueles de visual andrógino, cada vez mais magrinhos."



Já o psiquiatra Celso Garcia Júnior, coordenador do ambulatório de transtornos alimentares da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), acredita que o aumento seja mais reflexo de uma demanda reprimida do que de uma mudança do perfil da doença.



Ele confirma, porém, que no seu consultório particular ocorreu um crescimento na procura de meninos anoréxicos. No ano passado, atendeu três casos em um período de dois meses. Antes, nunca havia tido esse perfil de paciente.



A mesma percepção tem a psicóloga Paula Melin, do Nuttra (Núcleo de Transtornos Alimentares e Obesidade), no Rio de Janeiro. Em um período de três anos, ela viu quintuplicar a demanda de anoréxicos.


A exemplo de Cordás, Melin também acredita que tem crescido entre os homens a preocupação com o corpo perfeito. Ao mesmo tempo, ao emagrecerem muito, acabam vítimas de outro preconceito. É comum, eles ouvirem: "Por que está tão magro? Tá com Aids?'"


Ainda dentro do mesmo tema, o jornal trouxe alguns depoimentos de pacientes internados no Ambulim (HCSP):


FOLHA - Quando e como você desenvolveu anorexia?


ALEX - Desde os 16 anos, mas a doença veio se agravar na fase adulta. Comecei a restringir os alimentos porque meu pai achava que eu comia muito, dava bronca. Fiquei com isso na cabeça e fui perdendo a vontade de comer. Quando comia, sentia-me culpado e vomitava.


FOLHA - Nessa época você já se sentia gordo?


ALEX - Não. A distorção da minha imagem começou por volta dos 18 anos. Olhava no espelho e me achava gordo, tinha pavor de engordar mais. Cheguei a pesar 39 kg e ainda me sentia gordo. Nessa época, meu pai e minha mãe brigavam muito, meu pai batia nela. Quando eu presenciava as cenas, corria para vomitar.


FOLHA - Quando você sentiu que havia perdido o controle da doença?


ALEX - Quando me mudei para São Paulo, há cinco anos. Eu não tinha mais ninguém para me vigiar. Antes, meus amigos me policiavam. Aqui em São Paulo cheguei a ficar dias sem comer, às vezes, nem água eu bebia. Quando conseguia, o pouco que eu comia botava para fora em seguida. Por fim, comecei a desmaiar. Uma vez, roubaram o meu celular.


FOLHA - Como você se sente trabalhando com alimentos?


ALEX - É horrível. Onde eu trabalho tem doce, salada, lanches, pizza e eu tenho de supervisionar tudo. É estressante olhar para a comida. Abrir o forno e sentir o cheiro é uma tortura para mim. Tenho a sensação de que até o cheiro vai me engordar. Sinto-me gordo, acho que tenho barriga. Por mim, o ideal seria estar com 41 kg e não com 46 kg. Sei que é uma doença, que meu peso atual está bem abaixo do ideal. Meu sonho é ficar curado.


No próximo parágrafo coloco, também na íntegra da mesma reportagem, o depoimento de um outro paciente (A. 16 anos), homem, internado no Ambulim (HCSP):


"Eu pesava 72 quilos. Sentia que as pessoas se afastavam de mim e achava que era porque eu era gordo. Gordo era a pior palavra que eu podia ouvir, morria de vergonha de ir a praias, clubes, sentia muita vergonha de mostrar meu corpo.
Muitas pessoas falavam para eu tomar vergonha na cara e fazer um regime. Aquilo ficou na minha cabeça e foi aí que resolvi fazer um regime rigoroso, sem aconselhamento de médicos. Tomava sopas de baixíssimas calorias, comia apenas frutas, legumes e verduras.


Mas, no dia 9 de julho [de 2006], minha mãe fez uma comida magnífica e eu comi excessivamente. Depois fui ao banheiro vomitar tudo. E daí não parei mais. Todos os dias vomitava umas cinco vezes. Em 20 dias, emagreci quase 15 kg. Depois de quatro meses, estava com 52 kg e doente. Não sentia gosto dos alimentos, tinha mau hálito muito forte, muita fraqueza e dores fortes no estômago.


No dia 6 de novembro, meu amigo me viu vomitando no banheiro da escola e contou para a professora, que contou para minha mãe.


Quando soube da notícia, minha mãe chorou muito e eu prometi que ia parar. Só que não foi tão simples. Já tive umas dez recaídas."


Completando a matéria, coloco o depoimento de Vitor (20 anos), que há três anos chegou a pesar 40 kilos:


"Sempre fui magro mas, em 2003, cheguei a 58 kg. Comecei a me sentir estranho. A coisa piorou em 2004, quando descobri que tinha transtorno bipolar. Os remédios do tratamento me engordavam. Comecei a passar dias sem comer ou comendo pouco, chegando a pesar 40 kg, IMC de 13,8.


Como já fazia tratamento para o transtorno, apenas alteraram para um remédio que me dava apetite. Cheguei a 64 kg, e, no início de 2006, abandonei o tratamento.


Fiquei bem até dezembro, quando começaram as recaídas, quatro no total. Atualmente, estou numa delas. Nesta semana, perdi 3 kg, fiquei com 52 kg, IMC de 18.


Minha família sabe, mas não comenta muito a respeito. No início, só faziam comidas gordurosas e eu ficava sem comer. Então, preferiram mudar para uma alimentação menos calórica e toda hora me oferecem algo.


Já conheci dois garotos com o problema. Um deles até ajudou a desmentir que a tal anorexia só recai em mulheres e homossexuais. Na última vez que tivemos contato, ele, que tem 1,78 m de altura, estava com 46 kg. A mídia tem colocado esse problema como algo restrito às mulheres. Mas existem sim homens anoréxicos e o preconceito é bem maior."


Pelo exposto na referida reportagem, os transtornos de Anorexia Nervosa e a Bulimia Nervosa estão acometendo um número maior de indivíduos heterossexuais do sexo masculino e isso pode legitimar que a cultura tem uma influência substancial no acometimento destas patologias.






Fonte : Rede Psi

4 comentários:

Ferrockxia disse...

eu sei como é isso recaidas há sempre eu como ja te contei cheguei aos 30KG

Manu Gomes disse...

sabia que homem tinha anorexia,mas nossa desse jeito nunca imaginei que houvesse...

Manu Gomes disse...

eu tô te mandando um selinho,dá uma passada lá no meu blog e dá uma olhada...
beijokas

Unknown disse...

Olá flor, obrigada pela visitinha e um ótimo final de semana pra vc!! Ligth é claro rsrs
Ótima matéria!!! Bjos